Amor, olhe para mim (NOVEL) - Capítulo 00
-Episódio 0-
Uma noite inesquecível (19+)
‘Oh, estou no meio de uma foda’ pensou Heerak Cho vagamente.
Sua cabeça latejava. Ele se sentiu enjoado e completamente arruinado pela ressaca. Sua visão girando o fez sentir vontade de morrer.
Embora conhecesse muitas pessoas, ele conseguia contar com uma mão o número que considerava amigos. Já fazia um tempo desde a última vez que se encontraram, então ele saiu para beber com eles. E, claro, todo mundo saiu do controle. Havia muitas coisas para falar e ouvir uns dos outros. As garrafas vazias se empilharam em uma velocidade assustadora.
De qualquer forma.
Já há algum tempo, Heerak estava emitindo feromônios instintivamente sem qualquer restrição. Ele empurrou seus quadris descontroladamente, para alcançar um ponto ainda mais profundo do que antes.
A fricção era enorme. Provavelmente aquela era a primeira vez que ele entrava em um buraco tão seco e apertado. Não estava engolindo seu membro tão feliz quanto ele esperava.
O ômega ofegante, preso sob ele, não era suave e flexível.
Além disso, não foi fácil.
Ele encheu a sala até as bordas com seus feromônios, mas o ômega não estava reagindo como esperava. Um alfa superdominante estava espalhando seus feromônios naquela proporção. A maioria dos ômegas atingidos por seus feromônios já estariam intoxicados pelo cheiro, encharcados e muito mais. Todos os ômegas com os quais ele dormiu até agora abriram diligentemente as pernas e giraram os quadris com prazer. No entanto, não houve reação daquele ômega.
Talvez este fosse um ômega superdominante.
Ele poderia entender essa reação se aquele fosse um ômega que pudesse resistir aos seus feromônios com facilidade.
Contudo.
Em algum momento, Heerak começou a sentir uma estranha inquietação.
O sexo parecia distante e estranho. Foi fácil descobrir o porquê.
Não havia aroma.
Ele não conseguia sentir o aroma daquele ômega.
Foi realmente uma sensação estranha pensar que encontrou um ômega cujos feromônios não conseguia sentir.
Sobretudo, eles estavam no meio de uma foda. Alfa ou ômega, eles emitiam feromônios inconscientemente. Aquele seria o momento perfeito para sentir algo, quando ambos estavam no auge do prazer. Não fazia sentido esconder feromônios naquele momento.
Mesmo enquanto sua mente estava ficando confusa, Heerak sentiu seu orgulho sendo atingido.
Ele nunca se sentiu tão humilhado antes.
Empurrou grosseiramente de propósito. Seus quadris que se moviam lentamente mudaram para movimentos ásperos e descontrolados. O som de carne com carne batendo fortemente encheu a sala.
O rosto do ômega estava enterrado no travesseiro. Ele gemeu através do travesseiro, firmemente agarrado com as duas mãos. Cada vez que Heerak empurrava com mais força, podia ouvi-lo fracamente soltando suspiros, molhado com lágrimas.
Que situação era essa?
Seu humor diminuiu gradualmente. Quer Heerak tenha feito com gentileza ou paixão, parecia que o ômega continuaria a segurar sua voz enquanto se contorcia.
Isso não era nada divertido.
Em vez de fazer sexo, isso parecia…
Heerak franziu a testa. Os movimentos entusiásticos de seus quadris desaceleraram até parar. Ele se abaixou, sua pele suada pressionando a do outro.
“Ei.”
Ele se inclinou e sussurrou perto do ouvido do ômega. Por causa de seu contato próximo, pôde sentir o ômega estremecer. Achou que o ômega trêmulo era fofo, então lambeu o pescoço e o lóbulo da orelha do ômega. Podia sentir o tremor do ômega se intensificar.
Heerak sorriu e murmurou em voz baixa.
“Estou te estuprando por acaso?”
Ele achou que era um pouco absurdo, mas não teve escolha a não ser perguntar. Se fosse esse o caso, precisaria parar imediatamente.
Assim que fez essa pergunta, a cabeça enterrada no travesseiro estremeceu agressivamente. Heerak sorriu para si mesmo ao ver a cabeça se movendo descontroladamente de um lado para o outro.
‘Verdade, eu não faria isso de jeito nenhum.’
Por mais bêbado que estivesse, ele não achava que iria forçar um ômega relutante e estuprá-lo. O estupro em si era algo que não deveria praticar. Além disso, não conseguia se imaginar arrastando para a cama com ele uma pessoa que o recusava. Era uma questão de orgulho. Sua filosofia era “Não gosto de pessoas que não gostam de mim”. Para ele também nunca faltaram parceiros. Sempre havia uma fila de ômegas que queriam ir pra cama com ele, então podia apenas escolher um deles.
Não lhe faltava nada, então por que precisaria estuprar alguém?
Heerak soltou uma risada. Era ridículo, mas ele se acalmou depois de imaginar algo absurdo.
“Isso significa que estamos tendo relações um com o outro de forma consensual.”
Mesmo assim, ele perguntou mais uma vez, para confirmar. Embora fosse um alívio que isso não fosse estupro, não conseguia se livrar da sensação de inquietação que essa situação lhe causava.
O ômega, que respondeu imediatamente antes, demorou a responder. Escutando atentamente, podia ouvir o gemido do ômega. Não fazia ideia do porquê o ômega estava relutante em responder se aquilo não era estupro.
O silêncio do ômega fez um estranho desejo surgir. Heerak remexeu com seu membro ainda enterrado dentro. Ele girou os quadris em um movimento circular e, em seguida, penetrou com força. Cada vez que batia contra ele, o corpo embaixo dele tremia como uma folha, o que dava a Heerak uma sensação de satisfação.
Heerak mordiscou o lóbulo da orelha do outro e perguntou novamente.
“Me responda. É consensual, certo?”
Com isso, o ômega acenou com a cabeça relutantemente. Os lentos movimentos para cima e para baixo da cabeça do ômega fizeram Heerak sorrir mais uma vez. Embora seu rosto estivesse enterrado sob o travesseiro, era fácil imaginar que tipo de expressão o outro tinha. Ele tinha certeza de que o outro estava fazendo uma careta.
“Deixe-me ver seu rosto então. Não seja tão teimoso.”
A reação que chegou foi mais fervorosa do que nunca. Ele balançou a cabeça zelosamente e seu corpo tremia muito. A clara recusa fez Heerak estremecer.
“Entendo. Eu não vou forçar você.”
Ele sentiu que precisava de mais do que palavras. Como se para acalmar seu trêmulo parceiro, lambeu e chupou o corpo exposto do outro, começando pelo pescoço e ombros. Lambeu seu suor salgado e impulsivamente deixou beijos.
Foi mais eficaz do que ele pensava. Podia sentir o outro afrouxando a tensão. Sua nuca e o lóbulo da orelha estavam vermelhos mais uma vez. Foi uma visão realmente deliciosa.
Depois que as perguntas urgentes de Heerak foram respondidas, outras perguntas começaram a inundar sua cabeça. Elas permaneceram na ponta da língua.
A parte inferior daquele ômega não mostrou um único sinal de estar se molhando; além disso, era estranho que ele não estivesse emitindo nenhum feromônio. Ele também se perguntou como diabos eles acabaram na cama um com o outro.
‘Por acaso, ele não gosta dos meus feromônios?’ Se perguntou, mas não queria perguntar. Sentiu que ficaria amuado com seu orgulho ferido se a resposta fosse afirmativa.
Já que o outro não queria mostrar o rosto, Heerak pensou que deveria avaliar a situação pelo sentimento. Ele se sentiria mal se fosse o único curtindo o sexo e seu parceiro não.
Graças a isso, Heerak observou seu parceiro mais meticulosamente do que nunca. Prestou atenção aos sons que o mesmo fazia quando ele se enterrava profundamente dentro, e sentiu o tremor do outro quando ele roçava os dentes em seu pescoço. Heerak tentou não perder nada. Porque estavam colados um ao outro, podia captar a mais leve das reações. Ele ajustou seus movimentos com mais cuidado do que antes. Queria encontrar o local que fazia esse ômega derreter de prazer.
Ele se sentia bem.
Havia muitas coisas faltando naquela transa. O interior não vazou fluido em reação aos seus feromônios alfa. Os feromônios enjoativamente doces do ômega não estavam pairando no ar. Não houveram súplicas, implorando para que ele penetrasse mais fundo ou se movesse mais rápido.
Ainda assim, ele se sentiu bem. Ele imaginou o porquê.
Heerak olhou para o lado. Os dedos que seguravam o travesseiro se afrouxaram e apertaram. Assistir aqueles dedos se contorcendo sem saber o que fazer fez Heerak sorrir.
Ele sobrepôs suas mãos com as do outro. O ômega engasgou de surpresa. Foi uma boa reação. Enquanto fazia isso, ele entrelaçou os dedos com os dele. Os ombros do ômega balançaram com surpresa.
“Você gosta disso? Esse tipo de coisa?”
Após uma pausa, houve um aceno de cabeça em concordância. Heerak não pôde deixar de sorrir ao ver a cabeça balançando.
Sentia-se ansioso. Era a primeira vez que ele fazia esse tipo de sexo.
Apertando as mãos e se aproximando, ele moveu os quadris. O interior hesitante e apertado se abriu lentamente.
Não sabia porque, mas apesar de fazer sexo consensual com aquele ômega, ele se sentiu desconfortável inicialmente. Mas essa sensação se suavizou e diminuiu, logo depois de darem as mãos. Não pôde deixar de perceber o quão duro o ômega estava trabalhando para aceitar o membro crescente de Heerak.
O aperto do ômega aumentou. Era quase hesitante demais, como se o que ele estivesse fazendo fosse algo com que se preocupar. Heerak sorriu para si mesmo e apertou mais forte como para responder. Ele não tinha certeza, mas pareceu como se o ômega estivesse ligeiramente sorrindo.
‘Não parece que estou usando camisinha.’
Heerak costumava ser meticuloso e sempre tinha um preservativo à mão. Mas, por algum motivo, hoje não tinha um. Claro, não havia como se lembrar, já que nem mesmo conseguia se lembrar de como entrou nessa situação para começar.
Ele se sentiu ficando mais tonto.
Com certeza, ele cairia no sono nesse ritmo. Cada vez que tinha a necessidade de gozar, sua mente era inundada com a necessidade de dormir. O abraço do ômega foi perfeito para ele. Os gemidos finos, com cada movimento de seus quadris, também eram bons de ouvir.
Ele enterrou os lábios no pescoço do outro e ouviu com atenção.
Podia ouvir a respiração quente do outro. Com cada respiração suave, parecia como se uma doçura estivesse se espalhando perto de seu coração.
Isso era bom à sua maneira.
Mas talvez fosse melhor se ele pudesse ouvir a voz do outro.
Ele teria ficado satisfeito, nem que fosse apenas por testemunhar a voz do outro pingando doçura e chamando seu nome. Perguntou-se como seria a voz daquele ômega.
Heerak riu para si mesmo.
Estava fazendo sexo com alguém cuja voz e rosto não conhecia. Ele achou essa situação divertida, mas ridícula. Pela primeira vez, se sentia frustrado com as peças que faltavam em sua memória.
A satisfação e o cansaço pelo sexo deixaram seus olhos embaçados de sono. Heerak permitiu que suas pálpebras se fechassem por conta própria.
‘Talvez isso tudo possa ter sido um sonho’, pensou.
E estava tudo bem. Ele se sentia bem de qualquer maneira, então não importava se isso era um sonho.
Ele simplesmente queria permanecer dentro desse ômega por muito tempo.
Continua…
Tradução: Meniazul
Revisão: Sa-Rang